Você já percebeu que, depois de uma noite mal dormida, seu zumbido no ouvido parece ainda mais alto? Ou que aquele cochilo no sofá, aparentemente inofensivo, te deixou com a cabeça zunindo? Pois é… A relação entre sono e zumbido é mais profunda do que se imaginava — e merece atenção.
Vamos explorar como a qualidade do sono impacta diretamente quem sofre com zumbido e por que cuidar do sono é parte essencial do tratamento para zumbido.
O que a ciência tem a dizer sobre sono e zumbido
Durante um congresso recente, um estudo ainda não publicado chamou atenção dos especialistas: ele observou que cochilos com mais de 10 minutos podem desencadear picos de zumbido ao acordar. Ou seja, a pessoa cochila se sentindo bem e acorda com o zumbido bem mais intenso.
Apesar de a pesquisa ainda não ter sido concluída, o fenômeno tem sido notado na prática clínica. E isso acendeu um alerta importante: o sono, inclusive os cochilos rápidos, pode ser um gatilho para alterações na percepção do zumbido.
No episódio 7 do Z.Cast, as doutoras Ligia Morganti e Sandra Bastos conversam, dentre outros temas, sobre a relação entre a qualidade do sono e o zumbido, confira:
Episódio #07 – Curiosidades e atualizações sobre zumbido
Cochilo pode piorar o zumbido?
É isso mesmo. Aquele cochilo rápido, depois do almoço, no sofá, pode causar uma oscilação perceptível do zumbido. Em alguns pacientes, ele até melhora — mas o problema está justamente na imprevisibilidade. Para quem tem histórico de piora, o cochilo pode se tornar um risco que não compensa.
No começo, a hipótese era muscular: travesseiro ruim, posição desconfortável… Mas os estudos mais recentes apontam para causas centrais, ligadas ao funcionamento do cérebro. Como se existisse um “interruptor neural” que, por algum motivo ainda desconhecido, é acionado durante o cochilo.
Alguns especialistas acreditam que a relação está no grau de profundidade do sono. Como o cochilo é um sono breve, seguido de um despertar repentino, o paciente acaba tendo um sono de qualidade muito baixa, que afeta algumas funções neurais e acaba agravando momentaneamente o zumbido.
Dormir bem ajuda a controlar o zumbido
Agora vem a boa notícia: se dormir mal pode piorar o zumbido, o inverso também é verdadeiro. Dormir bem pode contribuir para o alívio dos sintomas. Isso acontece porque o sono profundo regula funções cerebrais importantes, reduz a sensibilidade ao estresse e ajuda a equilibrar o sistema nervoso.
Muitos pacientes que tratam o zumbido notam melhora ao adotar uma rotina de sono saudável. Esse é um dos pilares do tratamento para zumbido que realmente faz diferença no dia a dia.
Apneia do sono e zumbido: existe uma ligação?
Existe, sim — e ela vai além do simples cansaço matinal. A apneia do sono fragmenta o descanso, reduz a oxigenação do cérebro e ativa mecanismos de estresse durante a noite. Isso afeta o funcionamento do sistema nervoso central, onde o zumbido também é processado.
Pacientes com zumbido que relatam piora matinal ou sensação de sono não reparador podem estar convivendo com apneia sem saber. Nesse caso, exames como a polissonografia são fundamentais para investigar a qualidade do sono de forma completa.
E quanto à insônia?
A insônia também tem tudo a ver com zumbido. Pessoas com insônia vivem em estado de hiperalerta — e essa hiperatividade cerebral se assemelha muito ao que acontece com o cérebro de quem tem zumbido. É como se o cérebro não conseguisse “desligar” nem para descansar, nem para filtrar ruídos internos.
É por isso que tratar distúrbios do sono é essencial. Sem um sono restaurador, o cérebro continua em estado de vigilância, o que pode tornar o zumbido ainda mais incômodo.
Bruxismo, tensão muscular e zumbido
Outro fator frequentemente associado ao sono e zumbido é o bruxismo — o ato involuntário de ranger ou apertar os dentes durante a noite. Pacientes com tensão muscular na mandíbula, pescoço e ombros também costumam relatar piora no zumbido após noites de sono ruim.
Esse tipo de zumbido, conhecido como somatossensorial, pode ser agravado por problemas posturais e musculares, especialmente durante o sono. Nesse caso, o tratamento para zumbido precisa ser multidisciplinar, envolvendo otorrinolaringologista, fisioterapeuta e, muitas vezes, dentista.
Por que o zumbido é tão complexo?
Porque ele não vem de um lugar só. Pode ser um sinal do cérebro, da audição, dos músculos ou de todos esses fatores juntos. E quando o sono entra na equação, tudo se intensifica.
É por isso que pacientes que convivem com zumbido precisam de uma escuta atenta e um olhar clínico que vá além da audição. Afinal, cada detalhe conta: como está o sono? Tem insônia? Cochila muito? Tem apneia ou bruxismo?
Quanto mais completo o olhar, mais certeiro será o tratamento.
O primeiro passo é investigar — e cuidar do sono também é tratar o zumbido
Quando um paciente chega com queixa de zumbido no ouvido, o trabalho do otorrinolaringologista é muito mais do que prescrever algo para aliviar o som. É preciso entender o estilo de vida da pessoa, os hábitos, o histórico de saúde e, claro, como ela está dormindo.
A polissonografia, por exemplo, pode revelar distúrbios respiratórios noturnos que agravam o zumbido. Em outros casos, o ajuste na rotina de sono já pode trazer alívio.
Para quem convive com zumbido, dormir bem não é luxo — é parte do tratamento.
Se você tem zumbido e sente que o sono não está sendo reparador, ou se nota oscilações após cochilos, é hora de olhar com mais carinho para sua rotina noturna.
Buscar ajuda profissional, com especialistas em zumbido, é o melhor caminho para investigar o que está por trás dos seus sintomas, entender a relação entre sono e zumbido e encontrar um tratamento que funcione para você.
Porque o zumbido pode até ser persistente… Mas quando entendemos suas causas, ele deixa de ser um mistério — e passa a ser uma condição possível de manejar.
E aí, gostou de saber mais sobre esse tema? Para mais informações sobre o zumbido no ouvido, acompanhe o Z.Cast, o nosso podcast especializado em zumbido! Estamos presentes nas principais redes sociais e plataformas, venha dar uma olhada:
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