É comum que, ao perceber os primeiros sinais do zumbido no ouvido, surja uma dúvida inquietante: “Será que meu zumbido pode piorar?” — essa é uma das perguntas mais frequentes nos consultórios de otorrinolaringologistas e, ao contrário do que muita gente gostaria de ouvir, a resposta é: sim, o zumbido pode piorar. Mas calma. Isso não quer dizer que ele vá piorar. A questão aqui não é sobre certeza, mas sobre possibilidade.
Quando falamos em piorar o zumbido, é importante entender que estamos lidando com uma condição multifatorial. Ou seja, há várias causas e gatilhos possíveis, e cada pessoa reage de maneira diferente a eles. Por isso, o medo de um agravamento do zumbido é legítimo — mas precisa ser encarado com informação, não com pânico.
Por que o medo da piora é tão comum?
Na prática clínica, os relatos são parecidos: pacientes que dizem estar relativamente bem, mas buscam ajuda por medo de que o zumbido aumente com o tempo. E esse medo tem lógica. Afinal, conviver com um som constante nos ouvidos, por mais discreto que seja, já é algo que pode ser desgastante. Pensar que isso pode piorar, intensificar ou se tornar incontrolável, é algo que assusta.
Os especialistas destacam que antecipar essa possibilidade com o paciente pode até aliviar a ansiedade. Saber que o zumbido pode piorar — mesmo que não vá, necessariamente, acontecer — ajuda a lidar melhor caso isso ocorra. É uma forma de tirar o susto do caminho.
No episódio 9 do Z.Cast, as doutoras Ligia Morganti e Sandra Bastos conversam, dentre outros temas, sobre a possibilidade de piora do zumbido, confira:
Episódio #09 – Dúvidas frequentes dos nossos pacientes
Zumbido e audição: existe relação com a perda auditiva?
Outra dúvida recorrente entre pacientes é sobre a ligação entre zumbido e perda auditiva. Se a perda piorar, o zumbido piora junto? E o contrário: o zumbido pode piorar a audição?
A resposta curta: não, necessariamente. O que acontece com a audição não é, de forma direta, causado pelo zumbido. E vice-versa. No entanto, algumas condições específicas — como doenças autoimunes, traumas acústicos, presbiacusia (perda auditiva natural da idade) ou distúrbios como a Doença de Ménière — podem afetar tanto a audição quanto o zumbido. Nesses casos, o agravamento do zumbido pode acontecer como consequência de uma piora na saúde auditiva como um todo.
O que pode causar a piora do zumbido?
Falando em causas, é essencial entender que o zumbido pode piorar não apenas por fatores orgânicos, mas também por aspectos emocionais, comportamentais e ambientais. Veja alguns gatilhos comuns:
- Estresse e ansiedade: afetam diretamente a percepção do zumbido;
- Privação de sono: noites mal dormidas aumentam a sensibilidade ao som;
- Tensão muscular (especialmente cervical e mandibular): pode intensificar o sintoma;
- Uso de certos medicamentos: alguns remédios são ototóxicos e pioram o quadro;
- Exposição a ruídos intensos: principal fator de risco para aumento do zumbido;
- Má alimentação e consumo de cafeína ou álcool em excesso.
Ou seja, mesmo sem alterações estruturais no ouvido, o zumbido pode se tornar mais incômodo devido a fatores do estilo de vida e do estado mental. Isso reforça a importância de um olhar mais amplo para o tratamento.
Então quer dizer que o zumbido vai piorar?
Não. E isso precisa ficar muito claro. O zumbido pode piorar, mas isso não significa que ele vá. Muita gente vive anos com o mesmo padrão de som, sem aumento na intensidade ou no desconforto. O importante é monitorar, cuidar e, acima de tudo, entender o seu corpo.
Na dúvida, buscar um otorrinolaringologista experiente é sempre o melhor caminho. Avaliações periódicas, exames auditivos e um bom acompanhamento reduzem significativamente os riscos de piora do zumbido e ajudam a manter a qualidade de vida.
E como tratar zumbido de forma eficaz?
O tratamento para zumbido é sempre personalizado. Isso porque não há uma única causa, nem uma única solução. Entre as abordagens mais comuns, estão:
- Reabilitação auditiva com aparelhos auditivos, especialmente em casos de perda associada;
- Terapia cognitivo-comportamental (TCC), que atua no manejo da ansiedade e da reação emocional ao zumbido;
- Terapias sonoras, como o uso de ruído branco;
- Fisioterapia e acupuntura, nos casos com tensão muscular envolvida;
- Mudanças no estilo de vida, com foco em sono, alimentação e estresse;
- Medicamentos, apenas quando bem indicados e com acompanhamento médico.
O segredo está em entender como tratar o zumbido de forma integrada, levando em consideração todos os fatores que podem influenciá-lo.
O papel da prevenção: o que você pode fazer hoje
Talvez você esteja lendo este artigo porque já tem zumbido e quer saber o que pode acontecer. Ou talvez ainda esteja nos estágios iniciais, apenas curioso ou preocupado. Independentemente do seu ponto de partida, uma coisa é certa: prevenção e cuidado nunca são demais.
Proteger sua audição de sons altos, fazer exames auditivos periódicos, manter a saúde mental em dia e evitar automedicação são atitudes que, além de evitar a piora do zumbido, também protegem sua qualidade de vida como um todo.
Informação é a chave!
A piora do zumbido não é uma sentença, é uma possibilidade — e como toda possibilidade, deve ser olhada de frente, com clareza. Se você já convive com o zumbido, entender os riscos e saber o que pode ser feito é o primeiro passo para ter mais controle sobre ele. Se você ainda está no início dessa jornada, a boa notícia é que há muita coisa que pode ser feita para evitar que ele tome proporções maiores.
Aqui no Zumbido Podcast, a gente acredita no poder da informação, da conversa sincera e do acolhimento. Porque o zumbido pode até estar presente, mas ele não precisa ditar a sua vida. E se em algum momento ele parecer mais alto do que deveria, que tal buscar ajuda de quem entende do assunto?
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